O Código Latino-Americano e Caribenho Contra o Câncer estabelece uma série de medidas de prevenção que todos podem adotar para contribuir para a prevenção do câncer. Ele consiste em 17 recomendações baseadas nas últimas evidências científicas sólidas e adaptadas a cenários comuns na América Latina e no Caribe. Estas recomendações não são juridicamente vinculativas e não são apresentadas em uma ordem hierárquica. As 17 recomendações de políticas são baseadas em recomendações de consenso aceitas internacionalmente e fornecem uma ferramenta única de saúde pública para orientar e apoiar os governos na implementação de suas estratégias de controle do câncer.

Além disso, o Código Latino-Americano e Caribenho Contra o Câncer tem um programa gratuito de “microaprendizagem” online baseado em competências para profissionais da atenção primária à saúde na região. Este programa contém cerca de 25 módulos relacionados a cada uma das 17 recomendações do Código Latino-Americano e Caribenho Contra o Câncer, mais tópicos adicionais, organizados de acordo com as competências de “conhecimento”, “tomada de decisões”, “comunicação do profissional de saúde e paciente” e “aplicação do conhecimento a situações reais”.

O projeto de desenvolvimento do Código Latino-Americano e Caribenho Contra o Câncer é liderado pelo Agência Internacional de Pesquisa sobre o de Câncer (IARC, uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS)) e Organização Pan-Americana da Saúde  (OPAS), e está enquadrado dentro da Estrutura para um Código Mundial contra o Câncer. Esta iniciativa liderada pela IARC visa promover a prevenção do câncer em todo o mundo através do desenvolvimento e divulgação de recomendações de prevenção do câncer específicas da região (Códigos Regionais Contra o Câncer), mantendo uma metodologia e consistência comuns. O Código Latino-Americano e Caribenho Contra o Câncer é o primeiro Código Regional sob esta Estrutura para um Código Mundial contra o Câncer, adaptado ao contexto e às necessidades da região da América Latina e do Caribe, considerando os fatores de risco específicos, a carga de câncer, as desigualdades sociais e os sistemas de saúde.

Durante os dois anos deste projeto, mais de 60 especialistas da América Latina e do Caribe estiveram envolvidos. Para a elaboração de todos os componentes do Código Latino-Americano e Caribenho Contra o Câncer, especialistas independentes em epidemiologia, prevenção do câncer, promoção da saúde e mudança de comportamento e saúde pública e políticas públicas foram convocados em 5 grupos de trabalho. Para formular as recomendações, os especialistas levaram em conta as últimas evidências científicas disponíveis e foram apoiados pela Cochrane Iberoamerica Centre/Research Institute of the Hospital de Sant Pau (Espanha) encarregada de atualizar a literatura científica de acordo com a metodologia do Estrutura para um Código Mundial contra o Câncer. A elaboração das recomendações foi acordada com especialistas em pesquisa e comunicação comportamental e validada na população geral de cinco países da América Latina e Caribe (Brasil, Colômbia, Chile, Peru e Porto Rico). Todos os especialistas que contribuiram foram solicitados a trabalhar de forma independente e a serem guiados somente por suas opiniões de especialistas, e não pela posição de qualquer organização ou instituição. Os especialistas também foram solicitados a declarar conflitos de interesse reais ou percebidos relacionados ao tema. A fundamentação científica das recomendações e provas relevantes do Código é explicada em artigos científicos escritos  pelos grupos de trabalho.

A supervisão científica global independente e a aprovação final das recomendações foi realizada por um Comitê Científico, composto por pesquisadores de alto nível com um papel de liderança na prevenção e controle do câncer e/ou na saúde pública em seus respectivos países. Este projeto também teve um Grupo de Advocacia formado por representantes de instituições influentes na prevenção e controle do câncer na América Latina e no Caribe. O Secretariado da IARC/OPAS  do projeto foi composto por pesquisadores da IARC e assessores da OPAS.